Funed desenvolve pesquisas oncológicas que impactam a saúde da mulher

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A Fundação Ezequiel Dias (Funed) mantém uma equipe dedicada a pesquisar alguns cânceres que interferem diretamente na qualidade de vida das mulheres. O grupo de trabalho usa a biotecnologia para desenvolver soluções voltadas à saúde do público feminino.

Uma das pesquisas desenvolvidas busca avaliar a chance de recorrência e sinalizar qual o tratamento quimioterápico mais adequado em alguns casos de câncer de ovário – o mais letal dos tumores ginecológicos. Este estudo resultou em depósito de patentes e em iniciativa para desenvolvimento de um exame.

“Essa análise é uma avaliação baseada no diagnóstico que permitirá, a partir do exame que desenvolvemos, informar ao médico a chance de determinada paciente responder ou não ao tratamento quimioterápico ou quais as chances de o tumor voltar”, explica a pesquisadora Luciana Maria Silva Lopes, bióloga e doutora em Biologia Celular.

A pesquisadora conta que vários outros estudos em oncologia são desenvolvidos pela equipe de pesquisadoras do Serviço de Biologia Celular da Funed e buscam o desenvolvimento de tecnologias com vistas a desenvolver produtos e/ou serviços para melhorar o tratamento oncológico.

Outra pesquisa desenvolvida estuda o gene STAT3 como um promissor biomarcador que pode sinalizar o grau de resistência das mulheres ao tratamento quimioterápico para o câncer de mama, o mais recorrente tipo de câncer em mulheres. “O  estudo pode sinalizar possíveis tratamentos para as pacientes de um câncer agressivo e de difícil tratamento: o câncer de mama triplo negativo”, explica.

Pesquisas oncológicas

A pesquisadora Luciana Maria acredita que a multidisciplinaridade e a aposta nos jovens pesquisadores é fundamental para a continuidade das pesquisas de câncer no mundo. “Na nossa equipe temos biólogos e também trabalhamos em parceria com médicos externos e pessoas ligadas à bioinformática. O olhar de diferentes profissionais contribui muito para encontrarmos soluções terapêuticas para o câncer de ovário e o de mama triplo negativo, que são justamente os tipos que ainda não possuem tratamentos consolidados”, afirma.

Embora a Funed tenha tradição na área de pesquisas com venenos de animais peçonhentos, os estudos na área oncológica começaram a ser desenvolvidos na Fundação em 2008, a partir de um projeto em que foi estruturado um banco mineiro de tumores na instituição. Atualmente, a Funed possui o maior banco de linhagens de tumores humanos de Minas Gerais. “Ter um banco como esse é importante porque podemos usar em nossas pesquisas, na etapa pré-clínica in vitro, um modelo mais próximo de um tumor real. Esse material também consegue reduzir a necessidade de usar animais nos experimentos”, explica.