Funed resgata a história de Belo Horizonte em exposição
A história de Belo Horizonte se mistura à da Fundação Ezequiel Dias (Funed). A cidade foi projetada em uma região onde havia grande quantidade de escorpiões silvestres devido ao bioma predominante. À medida que a cidade crescia, a convivência dos moradores da nova capital mineira com os animais peçonhentos que ali estavam foi se tornando cada vez mais difícil. Parte desta história é ilustrada pela exposição “O Posto Antiofídico”, com curadoria da Biblioteca da Funed, aberta ao público até 29/7.
São 54 fotografias que retratam as atividades dos pesquisadores da época e um dos pontos altos da mostra é o valor histórico do material apresentado, que datam do início do século passado. São relatos e fotos de acidentes com animais peçonhentos, matérias jornalísticas, artigos científicos, mapas e gráficos que documentam onde foram encontrados os animais em Belo Horizonte e Minas Gerais.
A exposição remonta à pesquisa científica em saúde pública, desenvolvida pela Funed, determinante para o desenvolvimento econômico da capital e de Minas Gerais. “Foi uma junção das necessidades sociais e econômicas. Nossa economia era agrária e leiteira e as serpentes picavam o gado, que morria, o qual gerava um problema econômico. Então juntou-se a necessidade da sociedade, que estava sendo picada, e a necessidade econômica dos fazendeiros em criar um Posto Antiofídico em Belo Horizonte”, explica a historiadora do Serviço de Informação Científica, Histórica e Cultural da Funed Fabiana Melo Neves.
Posto Antiofídico
Criado em 1918, o posto tinha o objetivo de pesquisar os assuntos relacionados a mordeduras de cobras e picadas de escorpiões, além de colher o veneno das serpentes que eram enviadas pelos fazendeiros. Este veneno era remetido para o Instituto Butantan e retornava com o soro antiofídico. As serpentes raras ou desconhecidas ficavam no posto para estudo científico.
O Posto Antiofídico também tinha um papel educacional para reduzir a mortalidade causada pelos acidentes. Enquanto em Belo Horizonte a urbanização expunha a população aos escorpiões silvestres, no interior do estado a expansão da agropecuária colocava a população em contato com serpentes peçonhentas, além dos problemas econômicos causados quando o gado sofria algum tipo de acidente com as cobras.
Curiosidades que você verá na Exposição:
• Era comum na Praça da Liberdade e na Rua da Bahia serem encontrados escorpiões e serpentes peçonhentas;
• Na década de 1930, países como Japão e Nicarágua doaram cobras para a Funed;
• Os “modos de cura popular”, como amuletos, orações, misturas de jiló e cachaça, são um dos temas da exposição. Pedras e amuletos eram encaminhados para a Funed para a avaliação e validação científica.
Serviço:
Exposição “O Posto Antiofídico”
Data: 1 a 29/7/2019
Horário: segunda a sexta, das 8h às 16h
Local: Prédio Principal da Funed, Rua Conde Pereira Carneiro, 80, Gameleira, Belo Horizonte
Quem quiser conhecer a Biblioteca da Funed, o funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 16h.
