Mapeamento conjunto vai avaliar perdas nas lavouras de café
Representantes da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Sistema Faemg) se reuniram nesta terça (10/11), em Belo Horizonte, para consolidar atuação conjunta no levantamento de perdas nas lavouras de café causadas por secas e altas temperaturas.
A ideia é que o monitoramento da safra seja realizado, anualmente, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para quantificar os danos e sua abrangência com maior agilidade possível. A partir daí, serão apontados mecanismos de recomposição de renda adequados para cada produtor ou região mais atingidos.
Segundo o presidente das Comissões Estadual e Nacional de Cafeicultura, Breno Mesquita, uma força-tarefa será levada a campo com técnicos das instituições para que, ainda em dezembro,seja possível ter uma estimativa mais assertiva do que será consolidado, em janeiro, com a parceria da Conab.
"É importante termos a maior celeridade possível neste momento, auxiliando e orientando os produtores a buscarem alternativas nas linhas de crédito ou acionando as seguradoras, quando for o caso. E buscarmos outras soluções para minimizar os impactos e dar condições aos produtores de continuarem produzindo e mantendo ativo um dos mais importantes setores da economia mineira”, afirma Mesquita, que também é vice-presidente do Sistema Faemg.
O presidente da Emater-MG, Gustavo Laterza, reitera a importância do trabalho conjunto das instituições, com o apoio do Governo do Estado, para que as ações de apoio técnico aos produtores sejam efetivas no campo.
“Mensurar as perdas neste momento requer cautela e estudo, para identificar o seu impacto na produção e também acompanhar como será o desempenho do regime de chuvas neste final de ano", observa. "Faremos um alinhamento com os técnicos das entidades para levantar informações junto aos produtores e, também, para emitir laudos técnicos por propriedades e/ou por municípios, orientando e subsidiando as ações e políticas públicas cabíveis”, afirma Laterza.
Café em MG
O café é um dos principais produtos do agro mineiro. Em 2020, a projeção é de que Minas Gerais responda por 52% da produção nacional, com estimativa de 30 a 32 milhões de sacas colhidas. O valor bruto da produção (VBP) da cafeicultura, também para este ano, prevê R$ 16,7 bilhões em Minas Gerais, o que representa 61% do VBP nacional do setor.
No estado, 456 municípios mineiros têm a cafeicultura entre suas principais atividades econômicas. O café é a principal fonte de renda de cerca de 140 mil famílias mineiras, com 124 mil delas formadas por cafeicultores de pequeno porte, da agricultura familiar. Em toda a cadeia produtiva do grão são gerados 4 milhões de empregos em Minas.
Quanto ao mercado internacional, MG exportou, em 2019, aproximadamente 27 milhões de sacas, movimentando US$ 3,5 bilhões. Os principais destinos foram Estados Unidos, Alemanha e Japão. As remessas internacionais de café, também no ano passado, corresponderam a 44,6% das exportações totais do agronegócio mineiro.