Municípios da Zona da Mata retomam compras de alimentos pelo Pnae
Em agosto, escolas municipais e estaduais de Coronel Pacheco e Matias Barbosa, na Zona da Mata mineira, retomaram as compras de alimentos da agricultura familiar, feitas por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), com a assistência da Emater-MG. A aquisição dos produtos havia sido suspensa devido à paralisação das aulas, em decorrência da pandemia da covid-19. Todos os alimentos são doados aos estudantes.
Em Coronel Pacheco, 400 famílias receberam os kits de merenda. “Seguimos as orientações do Pnae, ou seja, a merenda escolar é direito de todos os alunos matriculados nas escolas municipais”, afirma a secretária de Educação, Delianni Alves.
As cestas contêm arroz, feijão e outros alimentos da agricultura familiar, como banana, laranja e cebola. A aquisição beneficiou famílias de estudantes de duas escolas municipais e de crianças atendidas por uma creche. Os insumos foram comprados de quatro produtores e entregues na casa dos alunos, junto com um informativo, orientando as famílias sobre a higienização dos itens recebidos.
A família de Jaqueline da Silva foi uma das beneficiadas. Ela tem quatro filhos com idades entre 9 e 16 anos, e a principal fonte de renda vem do trabalho do marido, Sérgio da Silva, em uma propriedade leiteira. Ela conta que o recebimento da cesta foi um auxílio durante a paralisação das aulas. “Os meninos estão em casa e aí comem mais. Ajuda também a melhorar nossa alimentação”, diz.
Um dos destinos da produção de banana da propriedade de Alex Júnior Castro era o mercado de Coronel Pacheco, com a entrega de 40 quilos por semana. Porém, a paralisação das aulas comprometeu as vendas do produtor. Com o retorno do Pnae no município, ele poderá complementar a renda. “Foi muito importante a distribuição destas cestas. Ajudou a gente e os alunos também, já que a maioria deles depende da merenda escolar”, afirma.
Matias Barbosa
Em Matias Barbosa, três produtores voltaram a fornecer insumos para a Escola Estadual Cônego Joaquim Monteiro. São alimentos como mandioca, banana e iogurte. Os kits são preparados pelos funcionários da única escola estadual no município e distribuídos para 1.100 alunos. As famílias que moram na cidade buscam os alimentos na própria escola. Para evitar aglomerações, são agendados horários diferentes. No caso de quem mora na zona rural, as cestas são entregues nas casas dos estudantes.
Os produtores do município são assistidos pela Emater-MG, que presta toda orientação técnica, desde boas práticas de fabricação e comercialização, até a emissão de documentos exigidos para participar do edital de seleção do Pnae.
“É um programa muito importante para a Saúde, a Educação e para os agricultores familiares. Ficamos aliviados com o retorno do Pnae. Nesse período de pandemia, com pessoas desempregadas, é um consolo”, argumenta a técnica da Emater-MG, Ana Paula Mares Guia.
O Pnae
O Pnae estabelece que no mínimo 30% dos recursos repassados aos estados e municípios pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a alimentação escolar, devem ser utilizados na compra de alimentos produzidos pela agricultura familiar. A Emater-MG, vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), presta assistência técnica aos agricultores, elabora projetos e divulga as oportunidades oferecidas pelo programa.