Peças de origamis feitas por custodiados abrem exposição Vidas Interrompidas
Como parte das ações de reintegração de detentos ao convívio social, o Museu Mineiro recebe a partir deste sábado (10/8), às 12h, a exposição “Vidas Interrompidas”. O trabalho, realizado ao longo de cinco meses por 40 custodiados do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Betim, homenageia as vítimas dos rompimentos das barragens da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, e do Fundão, em Mariana.
A mostra apresenta mais de duas mil peças de origami, a secular arte japonesa de dobradura de papel, retratando flores, pássaros, peixes, borboletas, entre outros seres vivos. As peças representam a vida, a morte e o renascimento. A exposição é gratuita e fica em cartaz na Sala de Exposições Temporárias II até 29 de setembro. Os trabalhos desenvolvidos pelos detentos também celebram os diversos atores da sociedade civil e do poder público que contribuíram para amenizar a dor e o sofrimento da população atingida pelos rompimentos das barragens em Minas Gerais.
No Museu Mineiro, que faz parte do Circuito Liberdade, o público poderá apreciar a mistura do secular, que estará representado pela cultura japonesa por meio dos origamis, e do moderno, por meio de projeções virtuais de fotografias e do próprio Rio Paraopeba, atingido pela lama. O objetivo é trazer para o visitante a perspectiva de recomeço, em um movimento de luta por paz e longevidade, símbolo do origami.
O trabalho é uma idealização do projeto Mãos pela Paz, que, desde 2013, transforma a percepção de mundo de pessoas que cumprem pena no Ceresp Betim. A iniciativa foi desenvolvida por Rosemary Ramos, assistente social da unidade prisional que, à época, pretendia desenvolver a capacidade de concentração, raciocínio, memorização e persistência, além de contribuir com o processo de ressocialização dos detentos.
O projeto cresceu e os resultados foram muito mais amplos. A exposição das peças em um museu que faz parte do Circuito Liberdade, um dos mais importantes do cenário cultural do Estado, é resultado dos seis anos de trabalho voltado para a população carcerária.
A exposição é uma realização da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), por meio da Diretoria de Museus.
Serviço:
Exposição Vidas Interrompidas
Local: Museu Mineiro | Av. João Pinheiro, 342 - Lourdes, Belo Horizonte (MG)
Abertura: 10/8/2019 (sábado)
Período de exibição: até 29 de setembro
Horário: 12h
Entrada gratuita
Mais informações: Assessoria de Comunicação - Secretaria de Justiça e Segurança Pública - (31) 3915-5899 / 5543 / 5551 / 5553