Pesquisadores debatem estratégias para preservar fauna do Parque Estadual do Rio Doce
Com quase 36 mil hectares, o Parque Estadual do Rio Doce (Perd) possui a maior área contínua de mata atlântica preservada em Minas Gerais, o que faz do espaço abrigo para várias espécies da fauna, inclusive ameaçadas de extinção. De olho nesse patrimônio natural, pesquisadores que se reuniram durante o I Seminário de Pesquisas Integradas do Perd, realizado em dezembro, traçaram estratégias para a conservação de espécies ameaçadas.
Durante o seminário, pesquisadores e biólogos debateram temas como a importância da integração da pesquisa com as unidades de conservação, além de dicas para mapear os animais, identificando os vestígios e as respectivas espécies da fauna.
O objetivo do grupo é obter um relatório anual de todo seminário realizado e que o documento seja usado como norteador para a elaboração do Plano de Fomento de Pesquisa Científica; O documento será construído com a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que vai investir R$ 21 milhões no parque em quatro anos. O aporte deve alavancar ainda mais as pesquisas.
Espécies
Entre as espécies ameaçadas de extinção abrigadas no parque está o tatu-canastra. O animal pode pesar até 60 quilos e chegar a 1,50 metros de comprimento. Ele é conhecido como “engenheiro ecológico”, pois realiza escavações para sua própria reprodução e sobrevivência que, posteriormente, se tornam habitats para outros mamíferos e aves.
“É uma espécie que chamamos de 'guarda-chuva', pois, protegendo esses animais, protegemos vários outras. Uma interação ecossistêmica muito próxima e importante”, destaca o gerente do parque, Vinícius Moreira.
Quem também vive no local é o pássaro popularmente conhecido como bicudo. Ele foi encontrado na unidade de conservação no início de 2020, após passar 80 anos sem ser identificado em Minas Gerais. Onças pintadas e macacos também circulam pelo espaço.
Títulos
O Parque Estadual do Rio Doce carrega consigo títulos ambientais importantes. Ele é considerado um Sítio Ramsar, categoria internacional que reconhece as áreas úmidas prioritárias para conservação de biodiversidade internacional. Além disso, o Perd é reconhecido como Reserva da Biosfera pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Futuramente, o parque vai pleitear, no plano de trabalho com a Oscip, o reconhecimento como sítio do Patrimônio Natural da Humanidade, único título que falta para a unidade de conservação.