Polícia Civil conclui que vítimas de acidente aéreo morreram por impacto

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Com a finalização, nesta quinta-feira (25/11), dos laudos periciais das cinco vítimas do acidente aéreo em Piedade de Caratinga, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu que a cantora Marília Mendonça e todos os demais ocupantes do avião morreram em razão do impacto da aeronave ao tocar o solo. No dia 5/11, eles se deslocavam para realizar um show em Caratinga, na região do Rio Doce.

De acordo com o superintendente de Polícia Técnico-Científica da PCMG, médico-legista Thales Bittencourt, os trabalhos no Instituto Médico Legal Dr. André Roquette (Imlar), em Belo Horizonte, mostraram que as vítimas morreram por politraumatismo contuso, em decorrência do impacto sofrido com a queda da aeronave.

“Além disso, foram feitos exames complementares, como toxicológico, de teor alcoólico e anatomopatológicos, que indicaram que as vítimas não estavam intoxicadas nem apresentavam doenças preexistentes que poderiam ter associação com os óbitos”, revela o médico-legista.

Investigações

O delegado regional em Caratinga, Ivan Lopes Sales, que preside o inquérito policial, adianta que a Polícia Civil já conseguiu descartar algumas das hipóteses, como a possibilidade de a aeronave ter sido atingida com um disparo de arma de fogo. “Agora, com as evidências apresentadas pela perícia técnica, podemos descartar também a hipótese de um mal súbito por parte do piloto e do copiloto”, afirma.

Ainda de acordo com Sales, a PCMG ouviu um piloto de um avião que saiu de Viçosa, também com destino a Caratinga, cerca de 20 minutos depois da aeronave envolvida no acidente. Ele chegou a se comunicar por rádio com o piloto do avião que levava a cantora momentos antes do acidente. “A testemunha nos informou que o piloto não chegou a relatar qualquer problema no avião”, diz o delegado.

“Além disso, ele disse que o piloto vítima comunicou que já estava em procedimento de pouso, ou seja, levaria entre um minuto a um minuto e meio para pousar, quando provavelmente se chocou com a rede elétrica”, completa Sales, destacando que isso não significa que se possa atribuir culpa, até o momento, à companhia responsável pela transmissão de energia.

O delegado observa que o testemunho, contudo, não é suficiente para afastar por completo a hipótese de problemas técnicos no avião, o que será averiguado ao final das apurações conduzidas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

Próximos passos

Além do piloto, a PCMG já ouviu o advogado e o proprietário da empresa responsável pelo transporte aéreo e deve solicitar depoimento dos familiares do piloto e do copiloto vítimas do acidente. “Estamos respeitando o período de luto dessas famílias, afinal, estão muito sensíveis ao que ocorreu. Assim, devemos ouvi-las em breve”, pontua Sales, afirmando que os laudos produzidos pelo Cenipa devem contribuir para as investigações da PCMG para apurar eventual crime.