Centro de distribuição de queijos do Alto Paranaíba conquista registro
Patrimônio cultural brasileiro, o Queijo Minas Artesanal (QMA) está rompendo fronteiras e ganhando fama no Brasil e no mundo. Prova vem de uma das principais regiões produtoras de Minas, que acaba de conquistar registro do Centro de Qualidade do Queijo Minas Artesanal do Rio Paranaíba: a Cooperativa Agropecuária de Produtores de Derivados de Leite do Alto Paranaíba (Cooalpa).
Com o título, dado pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), o entreposto, já reconhecido pela eficiência e credibilidade do processo de maturação, ganhou importante aval para comercializar os queijos produzidos na região.
Importante ressaltar que apenas queijarias seguidoras das normas sanitárias listadas em manual de boas práticas de fabricação comercializam produtos via cooperativa.
O Programa do Queijo Minas Artesanal é uma iniciativa do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e suas vinculadas, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado Minas Gerais (Emater-MG), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e IMA.
Receita familiar
O diretor-geral do IMA, Thales Fernandes, comemora o registro do entreposto, que permitirá a comercialização dos queijos, gerando emprego e renda para a região. “É um incentivo a mais para os produtores que poderão levar o Queijo Minas Artesanal para todo o Brasil, projetando nacionalmente nossa riqueza e patrimônio. O queijo é familiar e produzido em pequena escala, ou seja, é extremamente importante um forte centro logístico que dê suporte e viabilize as vendas”, destaca.
Resultados
Ações como responsabilidade compartilhada das queijarias aliadas às atividades de orientação e de inspeção fomentadas pelo Governo de Minas, por meio da Seapa e de suas vinculadas, levaram à obtenção do Selo Arte e o Selo Certifica Minas, além de outros processos de reconhecimento que se encontram em processo de regularização.
Um dos cooperados, Clênio Rocha, da distribuidora de alimentos Tradição do Cerrado, também responsável pelo entreposto associado à Cooalpa, ressalta que o queijo tem um papel socioeconômico relevante na região, movimentando a economia com investimentos em máquinas, equipamentos, qualificação, desenvolvimento e treinamento de pessoal.
De acordo com a fiscal agropecuário do IMA, Viviane de Fátima Souza, as queijarias da região são avaliadas em relação às normas sanitárias e às boas práticas de fabricação, um conjunto de ações eficazes de manipulação, armazenagem e transporte de insumos, matérias-primas, utensílios e equipamentos. “As boas práticas também envolvem projetos adequados de instalações físicas das áreas de processamento e de circulação, bem como treinamento de pessoal. Além disso, há o controle de operações dentro da agroindústria, como manutenções preventivas e rastreabilidade do produto”, explica.
História
Minas Gerais possui uma das tradições queijeiras mais antigas do país, por influência da colonização portuguesa, com métodos de produção registrados desde o século XVIII e passados de geração em geração por diversas famílias.
É considerado Queijo Minas Artesanal os feitos a partir de mão de obra familiar, contendo em sua massa leite cru produzido na fazenda. O modo artesanal da fabricação foi registrado como patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Araxá, Canastra, Campos das Vertentes, Cerrado, Serra do Salitre, Serro e Triângulo Mineiro são as regiões produtoras. Segundo dados da Seapa, a produção de Queijo Minas Artesanal está em 600 municípios do estado, garantindo renda e emprego para cerca de 30 mil famílias mineiras.