Tecnologia apoiada pela Fapemig previne inundação e otimiza agronegócio

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Uma ferramenta integrada capaz de estimar a vulnerabilidade e o risco associado às mudanças climáticas por meio de indicadores foi criada por uma empresa apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). O Model for Vulnerability Evaluation (Move), tecnologia desenvolvida pela WayCarbon Soluções Ambientais e Projetos de Carbono Ltda, permite quantificar o impacto das transformações do clima. 

“O sistema foi criado considerando diferentes níveis de concentração de gases de efeito estufa na atmosfera e associando informações de vulnerabilidade para chegar a um indicador de risco. Ou seja, se a situação está mais ou menos sensível ou se o local está mais ou menos preparado em relação às ameaças”, explica a gerente de risco climático da empresa, Melina Amoni. Ela destaca que os resultados gerados pela plataforma já foram aplicados no setor privado e no público e poderão ser utilizados para otimizar a produção agrícola. 

Na administração pública, a plataforma foi empregada para calcular o índice de vulnerabilidade climática da capital mineira até 2030. “Nele, a população pode compreender de forma visual, a partir de mapas, quais são as áreas da cidade que estão mais expostas às ameaças de inundação, deslizamento, doenças transmissíveis e ondas de calor”, exemplifica Melina. 

Como o agronegócio é especialmente sensível às variações climáticas e diretamente impactado por variações no regime de chuvas e na temperatura, a ferramenta pode ajudar o produtor a entender quais os riscos e os impactos financeiros de mudanças nesse cenário. "Além do mapeamento do risco, oportunidades também podem ser mapeadas, como novas áreas para produção. Por exemplo, o produtor de café precisa entender como será o comportamento da temperatura, não só em curto, mas também a longo prazo", explica.

A pesquisadora afirma que, segundo as tendências dos modelos climáticos, até o final do século XXI, áreas que atualmente têm clima favorável para o agronegócio, podem, futuramente, não ter, o que vai afetar diretamente a produção. “Entender e quantificar o risco é essencial para que possamos nos adaptar à nova realidade climática. A partir do momento em que as pessoas têm total conhecimento dos riscos associados às mudanças do clima, como ameaças de inundações, deslizamento, ou escassez, é possível traçar estratégias para diminuir esse impacto”, finaliza.