Cafeicultor mantém sucessão familiar na região de Campo das Vertentes

Produtor, que tem apoio da Emater-MG, superou adversidades para continuar uma tradição centenária na família

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Desafios e superação marcam a trajetória de Alexandre Castro Cambraia. Há 20 anos, ele trocou a carreira no ramo de negócios imobiliários, em Belo Horizonte, pelo cultivo de café na Fazenda Mundo Novo, em São Francisco de Paula, no Campo das Vertentes. De acordo com ele, a mudança foi motivada por questões financeiras.

“Meu pai tomava conta da fazenda, mas não estava obtendo lucro e propôs a venda da propriedade. Como é uma herança do meu bisavô, achei que deveríamos preservar e então decidi voltar para continuar um legado familiar que tem mais de cem anos”, conta.

A venda de madeira de eucalipto permitiu ao cafeicultor pagar algumas dívidas e também investir na recuperação das lavouras, que estavam degradadas pela falta de manutenção.  A atividade começou a dar resultado após três anos, mas um novo desafio apareceu. O filho de Alexandre, Bernardo Cambraia, apresentou um grave problema de saúde, obrigando-o a conciliar a lida no campo com os cuidados com a criança.

Ao receber alta do tratamento, o pequeno foi homenageado pelo pai. “A lavoura Bernardo foi uma forma que encontrei de honrar não apenas o meu filho, mas também de lembrar todo o desafio que passamos. Todo dia ele vai na lavoura e beija os pés de café com muito carinho”, comenta o cafeicultor.

O gerente regional da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) em Divinópolis, Virgínio Alves Pereira Neto, e a extensionista que presta assistência ao produtor, Sônia Maria Lara, comentam que a dedicação e a persistência são fatores que contribuíram para o sucesso do cafeicultor, sendo inspiração para outros da região.

Resultados

A produção é de aproximadamente mil sacas por ano, em uma área de 50 hectares. A maior parte dos grãos é destinada à exportação. Alexandre Cambraia acredita que as condições climáticas e ambientais da região do Campos das Vertentes e os cuidados com manejo contribuem para a qualidade do produto, que já recebeu algumas premiações em concursos regionais e estaduais.

Com o objetivo de aprimorar o processo de fermentação, o cafeicultor firmou uma parceria com a Nucoffee e a Cooperativa Minasul. “Neste processo, empregamos leveduras que contribuem para que os grãos tenham um melhor sabor e qualidades sensoriais. isso já ajudou a melhorar minha pontuação”, explica.

Além do café, o produtor manteve o cultivo do eucalipto e investiu também no gado de corte.

A certificação do café pelo Programa Certifica Minas Café e desfrutar do trabalho são os objetivos futuros do produtor. “Graças a Deus consegui deixar a fazenda produtiva e sustentável. Hoje, colho os frutos. A parceria da minha esposa, Elaine Cambraia, também tem sido fundamental. Ela me auxilia na atividade cafeeira e tenho esperança de que o legado vai continuar com meu filho, que já é apaixonado pela atividade rural”.



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