Ciclo de debates do BDMG discute o papel da responsabilidade fiscal no crescimento econômico e social
Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central, e Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter, foram os palestrantes
A importância da responsabilidade fiscal no crescimento econômico e social e no controle das contas públicas foi tema da edição de terça-feira (27/5) do Ciclo de Debates Econômicos promovido pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), em Belo Horizonte. O ex-diretor do Banco Central, Alexandre Schwartsman, e a economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória, foram os convidados do debate.
Durante a abertura, o presidente do BDMG, Gabriel Viégas Neto, destacou que discutir perspectivas, ações e medidas econômicas transformadoras faz parte do trabalho de um banco de fomento.
“Para nós, responsabilidade fiscal não significa apenas contenção, mas compromisso com a sustentabilidade das políticas públicas, com a eficiência do gasto e com a criação de um ambiente favorável ao investimento, à geração de empregos e ao desenvolvimento social”, afirmou.
A abertura do evento ainda contou com a participação da secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Mila Corrêa da Costa.
“É preciso realçar esse tema, pois em todas as agendas que temos feito com o governador são constantes as abordagens sobre a questão fiscal. Lidamos com temas estratégicos, desafiadores e cruciais para desenvolver a nossa política e é indispensável lançar o olhar da responsabilidade fiscal nas mais diversas áreas”, destacou.
Debate
Durante o encontro, o ex-diretor do Banco Central, Alexandre Schwartsman, destacou a importância do controle das contas públicas.
“É uma questão essencial pensar na sustentabilidade do crescimento e da dívida pública. Sem isso, teremos uma inflação muito mais alta do que gostaríamos. O gasto do governo estimula a demanda, mas a capacidade de crescimento de um país está associada ao crescimento da força de trabalho somada ao crescimento da produtividade”, afirmou.
Ele ponderou que há uma transição demográfica em curso no país com o envelhecimento da população e que o foco deveria ser estimular a produtividade. “A capacidade de crescimento precisa vir da produtividade. O governo gastar mais pode até acelerar a economia além do seu potencial, mas também estimula as tensões inflacionárias que temos hoje”, afirma.
A economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória, defendeu que a adoção de medidas para o controle do endividamento e uma revisão dos gastos públicos.
“A inflação começa a acelerar e é necessário voltar a falar de ajuste fiscal. Fizemos um ajuste importante em 2016, via a criação do teto de gastos, e que mostrou ser um caminho que pode ser feito”, afirmou Rafaela Vitória. A economista-chefe do Banco Inter observou que cortar gastos no país é um desafio, mas que precisa ser enfrentado com responsabilidade.
O debate foi mediado pelo economista-chefe do BDMG, Izak Carlos da Silva, e contou com a presença de economistas, empresários, estudantes universitários, funcionários do banco, entre outros.