Escolas estaduais oferecem acolhimento para famílias afetadas pelas chuvas em MG

Gestores escolares têm se mobilizado para receber os desabrigados ou desalojados; unidades também têm sido ponto de apoio para recebimento de doações

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E.E. José Mateus de Vasconcelos, em Guaraciaba
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Diante da grave situação em decorrência das chuvas dos últimos dias, que deixaram cerca de 28,6 mil pessoas desalojadas ou desabrigadas em Minas Gerais, escolas da rede estadual estão sendo utilizadas como abrigo ou ponto de apoio na ajuda humanitária aos mais afetados. Os gestores escolares têm auxiliado nesse trabalho, atuando no acolhimento dessas pessoas e recebimento de doações.

“Em um momento tão delicado, é de suma importância que nossas escolas, que são parte da comunidade, estejam próximas e abertas para acolher as famílias impactadas pelas chuvas”, afirma o subsecretário de Articulação Educacional da Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG),  Igor de Alvarenga.

Na Escola Estadual José Mateus de Vasconcelos, no município de Guaraciaba, os cadernos, mochilas e carteiras deram lugar aos colchões, geladeiras, roupas e outros móveis e utensílios que as pessoas conseguiram salvar quando perceberam que estavam correndo risco. “É uma realidade muito triste. Vim de madrugada para abrir a escola para receber as famílias. Elas chegaram debaixo de chuva e trazendo o pouco que ainda tinham. Estamos aqui para apoiar”, conta a diretora Fabrícia Moreira Reis.

Entre os abrigados na unidade de ensino estão famílias de alunos, como é o caso da Cilmara Patrocínio de Sales, que tem uma filha que estuda na escola. “Acho muito importante a escola abrir as portas nesse momento para abrigar as famílias.  Antes minha filha vinha para estudar, agora a escola virou uma morada provisória para minha família”.

Na Escola Estadual Senador Bernardo Monteiro, em Santa Luzia, a maioria dos abrigados também é da comunidade escolar. É a segunda vez que o estabelecimento de ensino recebe famílias que tiveram de sair de suas casas às pressas por causa da chuva.

Segundo a gestora, Lucimara Lopes dos Santos, a escola está fazendo seu papel. “Estamos exercendo nossa função social. Nossa escola é pequena, mas está de portas abertas e, sempre que tem qualquer problema, a comunidade sabe que pode recorrer a ela”, afirma.

Na Escola Estadual Diocesano, em Governador Valadares, nem mesmo as obras de manutenção predial pela qual a unidade de ensino está passando impediu que as portas fossem abertas para a comunidade. “Na situação em que estamos, é importante ser solidário, é estender as mãos para quem precisa. Mesmo estando em obra, as necessidades das famílias vêm em primeiro lugar”, destaca a diretora, Flávia Fernanda Santos. A escola recebe cerca de 20 famílias, acomodadas nas salas de aula. São adultos, crianças e até animais.

No estado também há escolas que estão servindo como ponto de apoio. São nelas que as comunidades podem entregar, por exemplo, doações para serem distribuídas para as pessoas que tiveram perdas materiais por causa das chuvas. No município de Sabará, a Escola Estadual Professor Zoroastro Vianna Passos desempenha essa função. “Começamos recebendo alimentos, colchões e água, mas com a necessidade também estamos servindo de abrigo”, conta o diretor, Leonardo de Souza Lima.

Mesmo servindo de abrigo ou ponto de apoio para as comunidades, os setores administrativos das escolas estaduais continuam funcionando normalmente.



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