Romeu Zema reúne prefeitos e anuncia pagamento integral das verbas das prefeituras relativas ao mês de fevereiro

Em Varginha, governador participou de encontros com integrantes de associações e também com empresários da região

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Governador também citou a importância dos gestores municipais na aprovação de medidas de ajustes nas contas do Estado
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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, anunciou nesta quinta-feira (24/1), em Varginha, no Sul do Estado, que, em até no máximo dez dias, o governo estadual vai fazer os repasses relativos ao mês de fevereiro sem atrasos para as prefeituras mineiras. O comunicado foi feito durante encontro com dezenas de prefeitos de associações de municípios da região.

 "Em até dez dias nós faremos os repasses para os municípios sem atraso. Essa, com toda certeza, é uma notícia muito desejada pelos prefeitos porque, nos últimos anos, isso praticamente não aconteceu. E nós estamos assumindo esse compromisso extremamente difícil porque vamos fazer um esforço enorme para equilibrar as contas", afirmou o governador.

Romeu Zema enfatizou o seu compromisso em atuar junto aos prefeitos para trabalhar no processo de recuperação da economia do Estado. "Quero deixar muito claro que eu estou junto com vocês e vou vir aqui muitas vezes conversar. Como empresário, eu visitava minhas lojas e era assim que eu sabia dos problemas, não é ficando dentro de um gabinete. Quem quer ganhar uma guerra tem que saber do que se passa dentro do campo de batalhas, e é desse jeito que nós vamos fazer", ressaltou.

Um dos pontos abordados pelo governador em seu discurso, quando pediu apoio dos prefeitos, foi em relação à volta das aulas de forma a não prejudicar o calendário escolar. Romeu Zema lembrou que o repasse do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) referente a essa gestão está em dia. "Preciso muito do apoio de vocês na questão de reiniciarmos as aulas. Sei que alguns prefeitos estavam com dificuldade, mas o Fundeb está em dia. Vamos trabalhar intensamente para que as aulas comecem e que nenhum aluno seja prejudicado", disse.

O governador também citou a importância da participação dos gestores municipais na aprovação de medidas de ajustes nas contas do Estado. "Quero pedir também a colaboração de vocês no sentido de apoiar as reformas que nós vamos fazer e que precisam de aprovação da Assembleia Legislativa e, muitos de vocês, têm contato com os deputados estaduais. Sem as reformas, esse equilíbrio que nós estamos conseguindo, não garanto até quando ele vai durar".

Romeu Zema também pontuou a necessidade de Minas aderir ao programa de recuperação fiscal da União para os Estados. "Existem neste pacote algumas medidas impopulares, mas, vocês sabem muito bem, que se não fizermos agora um corte de dez centímetros para tirar o tumor, daqui um ano esse corte vai ser de 30 centímetros para tirar um tumor gigantesco. A intervenção vai ser muito pior do que agora. Então, não há saída a não ser a de reestruturação que depende muito do Legislativo. Dentro do Executivo eu estou fazendo tudo que está ao meu alcance", explicou.

Apoio

O presidente da Associação dos Municípios do Lago de Furnas (Alago), prefeito de Capitólio, José Eduardo Terra, afirma que os prefeitos estavam vivendo um clima de incerteza, mas que a notícia dada pelo governador muda esse panorama. "Estamos aliviados e alegres após ouvir o governador. O gesto do senhor representa o que esperamos pelos próximos quatro anos", disse.

Já o presidente da Associação dos Municípios da Microrregião do Circuito das Águas (Amag), prefeito de Caxambú, Diogo Curi, reafirmou o compromisso dos gestores municipais em serem parceiros do Estado, e defendeu o início do ano letivo das escolas na data programada, dia 7 de fevereiro. "Ter um retorno como esse, hoje, só reforça a importância da parceria entre municípios e o Estado. Acredito que não há mais motivos para o adiamento das aulas", completou.

Diálogo

A primeira agenda do governador em Varginha, nesta quinta-feira, foi uma reunião de trabalho com empresários do Sul de Minas e de São Paulo. Durante o encontro, que aconteceu no Porto Seco Sul de Minas, Romeu Zema fez um panorama das ações desenvolvidas pela sua gestão nestes pouco mais de 20 dias de trabalho e destacou alguns pontos importantes, como o déficit preocupante nas contas.

"Em três semanas é lógico que não é possível fazer muita coisa, mas nós já vimos que a situação do Estado é gravíssima, muito mais grave do que a antiga administração demonstrava. Um exemplo é quando se dizia que o Estado estava dispendendo 60% da sua receita com a folha de pagamento, mas, na verdade, esse número é de 80%", explicou.

Para começar a solucionar os problemas, o governador explicou que atitudes como a "exoneração dos cargos de indicação política" foram tomadas. "Foram 6.000 pessoas (demitidas). Tivemos que recontratar mil desses imediatamente porque muitos ocupavam cargos para deixar a máquina operando. Mas os casos estão sendo analisados e faremos processos seletivos para todos esses cargos", pontuou.

Ainda segundo o governador, as contas estão sendo analisados e as perspectivas de melhora são boas. "Posso dizer o seguinte: não temos medido esforços. Eu falo que a situação é gravíssima, o rombo é gigantesco, mas temos um Estado rico, com uma economia diversificada. Minas Gerais é um Estado estruturado, só que começou a gastar demais", completou durante o encontro, que reuniu dezenas de empresários para apresentação de demandas e discutir ações em parceria com o Estado.

Austeridade

Romeu Zema destacou que, em menos de um mês à frente do Estado, a nova gestão já tomou medidas práticas para enxugar a máquina pública e torná-la mais eficiente.

"O último governador tinha na residência oficial, sem considerar a segurança, 32 pessoas trabalhando. Eu vou morar em uma residência que eu aluguei, sem nenhum funcionário do Estado. O meu secretariado tem trabalhado arduamente também para reduzir despesas e desperdícios para tornar a máquina pública mais eficiente. Eu tenho visto que o Estado de Minas tem uma estrutura robusta, porque é um estado muito superior à média nacional, mas que nos últimos anos foi afetado de forma muito intensa por uma quantidade enorme de cargos e de pessoas que estavam ali para não trazer uma boa gestão, mas para usufruir ao máximo daquela situação, então é passível de muitas melhorias", disse.

O governador ainda lembrou que outra importante mudança de atitude foi a seleção de secretários por qualificação, sem qualquer influência política. "Estou muito satisfeito que nessas três semanas os trabalhos avançaram muito, os secretários estão bastante empolgados com a quantidade de melhorias que eles podem trazer", finalizou.



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